26 fevereiro, 2006
"Vocês, viu Gil, têm que ajudar a gente a não ser assim. Tem que acabar com esse apartheid escroto"
...
Esta frase é do Carlinhos Brown. Para quem quiser ler a reportagem inteira, é só clicar no título.
Como eu disse, eu assisto ao carnaval pela TV. No ano passado, assistindo pela Band, vi o Carlinhos Brown reclamando que os blocos demoravam muito tempo em frente ao camarote da Band (para aparecer na tv, que ninguém é besta) e atrapalhavam os outros blocos que ficavam atrás, esperando. Naquele dia, ele passou em frente ao camarote da Band correndo, correndo mesmo, sem dar trela pra ningúem, porque queria "desentupir" a pista para os próximos blocos. Apenas reclamou para a Astrid, ao vivo e em rede nacional, e, depois, foi-se embora puxando o bloco. Virei fã.
O apartheid a que ele se refere não é nenhum sentido figurado. No "horário nobre do carnaval", só passam os blocos com gente branca e rica. Só no fim da noite, quando os brancos/ricos já se divertiram, vêm os blocos dos negros e pobres. Talvez o baianos que conheço possam falar disto com mais propriedade que eu. Z, Pili, Man, Leo, Dri, Myl, que eu sei que lêem este blog de vez em quando...
E a violência, que tanto o incomodou, é resultado das nossas diferenças sociais gritantes e do nosso sistema educacional inadequado e fracassado. Tem que puxar a orelha do nosso Ministro da cultura sim, mas não só dele.
Não estou falando contra o carnaval (e acho que nem o Carlinhos Brown). Eu adoro carnaval (e tenho certeza de que ele também, mais que eu). Mas temos que reclamar do que está ruim mesmo! Temos que reclamar, temos que apontar, temos que mostrar que está errado! E, o mais importante, não podemos esquecer nunca que o carnaval, na essência, é feito pelos negros e pelos pobres. A arte vem deles. Seja no Rio, em SP, em Salvador.
"E apesar de tanto não
Tanta dor que nos invade
Somos nós a alegria da cidade
E apesar de tanto não
Tanta marginalidade
Somos nós a alegria da cidade"
(do cd Margareth Tete-aTete, da Margareth Menezes, que Z ganhou da irmã e que eu escuto até doerem os ouvidos)
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Esta frase é do Carlinhos Brown. Para quem quiser ler a reportagem inteira, é só clicar no título.
Como eu disse, eu assisto ao carnaval pela TV. No ano passado, assistindo pela Band, vi o Carlinhos Brown reclamando que os blocos demoravam muito tempo em frente ao camarote da Band (para aparecer na tv, que ninguém é besta) e atrapalhavam os outros blocos que ficavam atrás, esperando. Naquele dia, ele passou em frente ao camarote da Band correndo, correndo mesmo, sem dar trela pra ningúem, porque queria "desentupir" a pista para os próximos blocos. Apenas reclamou para a Astrid, ao vivo e em rede nacional, e, depois, foi-se embora puxando o bloco. Virei fã.
O apartheid a que ele se refere não é nenhum sentido figurado. No "horário nobre do carnaval", só passam os blocos com gente branca e rica. Só no fim da noite, quando os brancos/ricos já se divertiram, vêm os blocos dos negros e pobres. Talvez o baianos que conheço possam falar disto com mais propriedade que eu. Z, Pili, Man, Leo, Dri, Myl, que eu sei que lêem este blog de vez em quando...
E a violência, que tanto o incomodou, é resultado das nossas diferenças sociais gritantes e do nosso sistema educacional inadequado e fracassado. Tem que puxar a orelha do nosso Ministro da cultura sim, mas não só dele.
Não estou falando contra o carnaval (e acho que nem o Carlinhos Brown). Eu adoro carnaval (e tenho certeza de que ele também, mais que eu). Mas temos que reclamar do que está ruim mesmo! Temos que reclamar, temos que apontar, temos que mostrar que está errado! E, o mais importante, não podemos esquecer nunca que o carnaval, na essência, é feito pelos negros e pelos pobres. A arte vem deles. Seja no Rio, em SP, em Salvador.
"E apesar de tanto não
Tanta dor que nos invade
Somos nós a alegria da cidade
E apesar de tanto não
Tanta marginalidade
Somos nós a alegria da cidade"
(do cd Margareth Tete-aTete, da Margareth Menezes, que Z ganhou da irmã e que eu escuto até doerem os ouvidos)