27 janeiro, 2006
Castelo de Edimburgo _ parte 2: os canhões, a memória...
“A memória é uma velha louca que rasga dinheiro e guarda trapos coloridos”
Essa foto é dos canhões, apontando para a vista super bonita da cidade. Os canhões me lembram os do forte de Natal (RN). É provável que existam vários outros pelo Brasil afora, mas a imagem que ficou na minha cabeça foi a de Natal.
Essa coisa das imagens que a gente guarda na memória é muito engraçada! A Cris (que tirou uma foto engraçadíssima de um velhinho com a cara dentro do canhão, olhando o que tinha lá dentro), estava perguntando o que é que eu me lembro de Belém (PA). Fui quando tinha 6 anos de idade e o que ficou na minha memória foi o seguinte:
- um daqueles carros com alto falante anunciando qualquer coisa na rua, com um cara fantasiado de incrível Hulk
- fui ao Carrefour com meus pais e ganhei um conjunto de massinha para modelar com uma variedade incrível de cores (claro, médio e escuro). Minha primeira “produção” foi um cacho de uvas, com bolinhas de massa roxa, folhas de massa verde-médio e cabinho (da folha) de massa marrom claro.
- fomos a um restaurante e havia um homem tocando piano. Fiquei maravilhada e pensei “quero aprender a fazer o que ele está fazendo”. Os adultos comeram pato a tucupi (o nome ficou na memória porque a pronúncia é tão divertida...) e eu comi as azeitonas. Quando voltei, comecei as aulas de piano.
-Na volta à casa, minha mãe pegou todas as vasilhas escrito “varig”. Que vergonha! E o pior é que pagou o maior mico para nada, porque nunca usou as tais vasilhas.
Ou seja: preciso voltar ao Pará, porque de Belém que é bom eu não lembro! E espero que minha memória consiga um espacinho extra para o Castelo de Edimburgo.
26 janeiro, 2006
Protesto
Gente, seguinte: se for dirigir não beba, se for beber não dirija. Se estiver gripado não vá trabalhar, e, se for trabalhar, certifique-se de que não vai passar seus vírus para os outros.
Aí no Brasil o ar não circula por causa do ar condicionado. E por aqui o ar não circula por causa do aquecedor. Todo mundo respirando esse ar infestado o dia todo.
Estou eu aqui, linda, saudável e corada e neguinho vem compartilhar seus vírus.
Falta de respeito! Que coisa! Por que é que não fica em casa? Se ficasse descansando iria se recuperar mais rápido e evitaria a disseminação da peste! Garanto que até o “chefe” apoiaria este ato de utilidade pública!
25 janeiro, 2006
Castelo de Edimburgo _ parte 1
No ultimo fim de semana fui ao Castelo de Edimburgo, finalmente! Aos poucos vou comentando aqui. (Se vocês clicarem na foto poderão vê-la em tamanho maior)
O castelo fica no topo de um vulcão extinto e é como as cataratas de Iguaçu: fornece um passeio magnífico dentro dele, e, de longe, uma vista fabulosa.
Desde 1174, quando o castelo estava sob o domínio dos ingleses, o castelo foi constantemente atacado, disputado pelos pictos, escoceses, britânicos. As batalhas persistiram por vários séculos.
Dentro do castelo, várias atrações, começando pela “St Margaret’s Chapel”, que é a construção mais velha do castelo e provavelmente de toda a cidade. É uma capela bem pequena e simples, mas muito linda.
Há também o Palácio, que foi ocupado por “Mary, Queen of Scots”, no século XV. Ali ela teve seu filho James VI.
No século XVI foram construídos o “Crown room” e o “Great Hall”. No primeiro estão expostos a coroa real, o cetro real e a “stone of destiny”, a pedra onde o antigo rei dos scots sentou-se para ser coroado. O “Great Hall” já foi usado pelo parlamento escocês e para festas do estado e, atualmente, é um museu de armas e armaduras.
E, é claro, não poderia faltar a prisão, onde ficavam os franceses capturados durante as guerras napoleônicas.
Mas o que atrai mesmo os turistas (ou “as” turistas), depois de um dia de fotos, são as lojinhas. Tem bichinhos de pelúcia vestidos com kilt, as mais diversas bebidas, camisetas, livros, brinquedos. Desconfio que tem gente que gosta mais das lojinhas que do castelo. Eu não chego a este ponto, mas tenho que admitir que adooooro as lojinhas. O problema é que até hoje não recebi minha bolsa. Resultado: fiquei um tempão analisando cada lembrancinha, e, depois de umas duas horas, saí de lá com um chaveiro e dois postais.
24 janeiro, 2006
Codinome Koala
Algumas pessoas perderam a explicação do codinome koala, lá no ínício do blog. E parece que os links dos arquivos não estão funcionando bem. É claro que eu não vou repetir aqui a mesma história, mas conto agora esta "estória", que é imaginária mas bem ilustrativa:
Z é tão, tão, tão disciplinado, que às vezes acho que nossos filhos vão nascer com uma planilha na mão, riscando itens: “deixa ver aqui: já mamei, já fiz xixi, já dormi, o próximo item da lista é chorar. Uééééééé!”.
Mas melhor que seja assim. Se forem parecidos comigo Z não vai agüentar. Consigo imaginar a cena:
_ Koalinha, você quer mamar ou tomar banho?
_ Posso pensar?
_ O que é que tem pra pensar? Eu dei duas opções para você escolher uma!
_ ...
_ Tudo bem, vou restringir a pergunta: você quer mamar?
_ Eu não sei se eu quero...
_ Hum... isso está ficando complicado! Vamos fazer o seguinte: hoje está tudo perdido, mas amanhã vamos tentar fazer as coisas de maneira organizada, tá?
_ Tá.
_ Então, seguinte: às 6 você acorda, 6:05 você chora, 6:10 trocamos as fraldas, 6:30 você mama, 7:00 faz xixi e cocô junto, que é pra ganhar tempo, 7:10 toma banho. Depois disso, teremos cumprido todas as tarefas e estaremos livres para ver documentários de bichinhos pelo resto do dia. Que tal?
_ Parece bom.
_ Fechado?
_ Fechado.
No dia seguinte, de manhã:
_ Koalinha, são 7:30. Não lembra que combinamos os planos para hoje?
_ Deixa eu dormir mais 5 minutinhos.
_ Mas já passou da hora de você mamar, você deve estar com fome.
_ Daqui a 5 minutinhos eu mamo.
_ Sua fralda está suja!
_ Não está me incomodando não, deixa aí, me deixa dormir mais um pouquinho.
Na hora do almoço:
_ Que foi que você está com o ouvido no meu nariz, pai?
_ Ufa, queria saber se você ainda estava respirando! Não quer sair do berço?
_ Daqui a pouquinho, prometo!
_ Mas...
_ Ah, eu não queria mesmo ver o filme de bichinhos...
23 janeiro, 2006
Injustiça...
|22 janeiro, 2006
Coisas que eu gostaria que alguém tivesse me dito antes de eu vir para cá:
Os orelhões e ônibus não dão troco. Se você só tem uma nota de 10 pounds, dançou, meu amigo. Ou vai a pé ou paga dez vezes mais o preço da passagem.
Pelo motivo acima, guarde todas as moedinhas (mesmo a de 1 penny) como se fossem verdadeiras preciosidades. Você vai precisar delas para telefonar, para trancar suas coisas no armário da academia, para pegar ônibus, para usar as máquinas de lavar e secar roupas e uma infinidade de outras máquinas.
A máquina de secar roupas, se usada no modo “quente”, faz as suas roupas servirem na sua sobrinha de três anos de idade. E mulher bonita não paga, mas também não leva. A máquina no modo “delicado” não encolhe suas roupas, mas também não seca. Sugestão? Compre uns cabides e deixe as roupas secando no quarto. Você vai economizar o dinheiro da secadora, manter a umidade do ar do seu quarto (que fica muito seco por causa do aquecimento interno) e, o principal, não vai ficar de mal humor com as máquinas, que vez por outra ainda roubam suas moedas.
Os casacos não são mágicos. Algumas pessoas dizem que tudo o que você precisa é colocar um casaco por cima do jeans e da camiseta para sair na rua. O casacão, de acordo com estes seres de sangue quente, seria suficiente para proteger do frio, do vento, da neve, de tudo e mais um pouco. Mentira! É claro que o casaco é essencial. Mas isso não significa que ele deixa os corpos quentinhos. Ele só evita que congelem.
Se quiser fazer amizade com os nativos, procure uma igreja. Qualquer uma. Nas igrejas eles são incrivelmente simpáticos e receptivos.
Se quiser fazer amizade com outros brasileiros (e estiver no Reino Unido), procure a página da ABEP. Aliás, independente dos amigos, visite a página da ABEP e leia do início ao fim.
E não esqueça jamais esta daqui: Durex no Reino Unido significa camisinha.