11 maio, 2006
Georgian House
Em ritmo de despedida (e de festa, como cantaria Sílvio Santos), vou colocar aqui algumas fotos que ainda não mostrei. A de hoje é de uma "Georgian House". Da próxima vez prometo não fazer uma foto torta, tá, gente?
Os guias turísitcos geralmente dividem a cidade em "old town" e "new town". É claro que a atual Edimburgo tem muitas outras áreas interessantes, como as "Pentland Hills", o porto de Leith, a praia de Portobelo e a região de Balerno, que é lindíssima. Mas, para os turistas que vêm passar poucos dias e ficam ali "no meião", esta é a principal divisão.
A "old town" é o lugar onde tudo começou, são as casas que aos poucos foram sendo construídas ao lado do castelo (os burgos que a gente estudou nas aulas de história). A "old town" sempre teve fortes características mercantis. Com o passar do tempo, as pessoas foram adequando as "especialidades" aos lugares: vendedores de carne neste canto, vendedores de roupa naquele outro. Mas tudo concentrado na região próxima ao castelo.
No século XIX, a classe rica achou que não era certo misturar-se à "gentalha, gentalha, blg" e começou a mudar-se para um lugar um pouquinho mais afastado, que é a chamada "new town". As casas da "new town", como esta da foto, têm estilo georgiano, e, seja lá o que isso queira dizer, são bem famosas entre os arquitetos. Eu entrei em duas delas, que viraram uma espécie de museu. Não pude fazer fotos do interior, mas comprei postais que vou escanear para colocar aqui, quando tiver um tempinho (leia-se depois que eu voltar ao Brasil). A divisão é a seguinte: no subsolo ficavam a cozinha, os quartos dos empregados e o lugar de guardar os vinhos (esqueci completamente o nome disto em português, alguém me ajuda?). No nível da rua ficavam o quarto do casal e a sala de jantar. No andar de cima, a "sala de desenho", onde faziam os bailes e conversavem depois dos jantares e uma outra sala, mais íntima, onde a senhora recebia amigas para o chá da tarde e também onde as crianças tinham aulas particulares (isso, nada de criança ir à escola pegar piolho da gentalha). E no último andar, os quartos das crianças.
Bom... pretende visitar Edimburgo e está com pouco tempo? Precisa escolher um só? Minha sugestão: escolha o castelo (lógico) e a "old town". A gentalha sempre tem mais histórias pra contar.
10 maio, 2006
O castelo da Madame Sheena
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(foto de bonecos em uma das celas da antiga prisão do Castelo de Edimburgo)
Depois de quase 6 meses morando naquela pensão, quase tudo o que aquela senhora faz me irrita profundamente. Uma das coisas irritantes é a mania de personificação dos objetos. Em vez de escrever, por exemplo, “por favor, apague a luz quando sair”, ela cola ao lado do interruptor um bilhetinho assim: “apague-me antes de ir dormir”. Os bilhetinhos estão espalhados pela casa toda:
_ no cesto de lixo da cozinha: “esvazie-me”
_ na porta da geladeira: “feche-me direito ou vou estragar sua comida”
_ na porta da rua: “não me deixe aberta quando sair”
_ nos chocolates vencidos que ela ganhou e não sabe o que fazer com eles: “coma-me”
Ah, fale como gente, minha filha! Que coisa! Tudo bem, tenho que admitir que em inglês os recados não ficam tão grotescos quanto em português. Mas, ainda assim, quando entro em casa me sinto a Alice no país dos horrores, com relógios de parede e escrivaninhas pulando na minha frente e balançando os dedos no meu nariz, me dando ordens.
Outro dia comecei a ler um dos recados e, antes de ler a “assinatura”, pensei que houvesse alguém doente, de cama em casa: “por favor, me dê água e comida às 4 horas. Obrigado! Muitas lambidas! Au, au, Dal”. Sobrou até para o pobre do cachorro (Dal)!
Ih, Dal, se você soubesse falar, contaria cada coisa, em?
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(foto de bonecos em uma das celas da antiga prisão do Castelo de Edimburgo)
Depois de quase 6 meses morando naquela pensão, quase tudo o que aquela senhora faz me irrita profundamente. Uma das coisas irritantes é a mania de personificação dos objetos. Em vez de escrever, por exemplo, “por favor, apague a luz quando sair”, ela cola ao lado do interruptor um bilhetinho assim: “apague-me antes de ir dormir”. Os bilhetinhos estão espalhados pela casa toda:
_ no cesto de lixo da cozinha: “esvazie-me”
_ na porta da geladeira: “feche-me direito ou vou estragar sua comida”
_ na porta da rua: “não me deixe aberta quando sair”
_ nos chocolates vencidos que ela ganhou e não sabe o que fazer com eles: “coma-me”
Ah, fale como gente, minha filha! Que coisa! Tudo bem, tenho que admitir que em inglês os recados não ficam tão grotescos quanto em português. Mas, ainda assim, quando entro em casa me sinto a Alice no país dos horrores, com relógios de parede e escrivaninhas pulando na minha frente e balançando os dedos no meu nariz, me dando ordens.
Outro dia comecei a ler um dos recados e, antes de ler a “assinatura”, pensei que houvesse alguém doente, de cama em casa: “por favor, me dê água e comida às 4 horas. Obrigado! Muitas lambidas! Au, au, Dal”. Sobrou até para o pobre do cachorro (Dal)!
Ih, Dal, se você soubesse falar, contaria cada coisa, em?
08 maio, 2006
Rosslyn Chapel e o Código Da Vinci
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Bem perto de onde eu moro ficam as ruínas do "Rosslyn Castle" e a "Rosslyn Chapel", o lugar onde foram gravadas algumas cenas do "Da Vinci Code", que chega aos cinemas neste mês.
Com o sucesso todo do livro e as expectativas geradas em torno do filme, cobram um pouco caro para entrar (7 libras, mais ou menos 28 reais, sendo boazinha na conversão). Para as pessoas fissuradas pelo tema, vale a pena. Eu, que não entendo da coisa, só achei a capela bonitinha e pronto.
E depois que me disseram que o autor do livro é uma espécie de Paulo Coelho gringo eu perdi toda e qualquer vontade de ler a estória... então tudo o que sei é que o autor criou a "estória" (com "e") de que Jesus teria se casado com a prostituta Maria Madalena e que os descendentes do casal ainda estariam entre nós nos dias de hoje. E faz umas relações malucas com os templários e a seita "Opus Dei". Se alguém quiser acrescentar fatos, fique à vontade...
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Bem perto de onde eu moro ficam as ruínas do "Rosslyn Castle" e a "Rosslyn Chapel", o lugar onde foram gravadas algumas cenas do "Da Vinci Code", que chega aos cinemas neste mês.
Com o sucesso todo do livro e as expectativas geradas em torno do filme, cobram um pouco caro para entrar (7 libras, mais ou menos 28 reais, sendo boazinha na conversão). Para as pessoas fissuradas pelo tema, vale a pena. Eu, que não entendo da coisa, só achei a capela bonitinha e pronto.
E depois que me disseram que o autor do livro é uma espécie de Paulo Coelho gringo eu perdi toda e qualquer vontade de ler a estória... então tudo o que sei é que o autor criou a "estória" (com "e") de que Jesus teria se casado com a prostituta Maria Madalena e que os descendentes do casal ainda estariam entre nós nos dias de hoje. E faz umas relações malucas com os templários e a seita "Opus Dei". Se alguém quiser acrescentar fatos, fique à vontade...
Esta coluna, dentro da capela, também tem estórias interessantes. Uma delas é que o Santo Graal estaria escondido aí dentro. A outra é que ela teria sido feita por um aprendiz de "fazedor de colunas" que superou o seu mestre. O mestre não ficou nada contente, mandou matar o aprendiz e resolveu o problema.
07 maio, 2006
Eu não estou só
Tradução adpatada:
_Gostaria de apresentá-lo à Beth, estudante de doutorado em antropologia.
_Oi, como está a sua pesquisa?
_Qual é o seu problema?
_Você não sabe que é falta de educação fazer esta pergunta a um estudante de doutorado?
_Desculpe... então... quando é que você vai terminar a tese?
_Por que você não pergunta também o peso ou a idade dela, já que quer chatear?