19 março, 2006

 

ET trying to phone home


Nos comentários ali embaixo, fiz uma listinha de coisas que me fazem sentir um ET. Comportamentos ou preferências diferentes dos “padrões”. Mas esqueci de colocar um item na lista. Vou contar aqui a historinha.

Depois de três meses morando em Edimburgo, sem marido, sem telefone, sem carro, sem comida decente, sem meus peixinhos e meus cactus, etc, etc... decidi que queria um celular para me comunicar com meus amigos com menos dificuldade. O problema é que não valeria a pena comprar um celular para usar apenas três meses. Sugeriram um tal de “triband”, que eu poderia usar quando voltasse para o Brasil, mas era muito caro. Comecei a pedir dicas para as pessoas que conheço e um amigo me ofereceu um celular antigo que ele tinha. Perfeito!

Abri o pacotinho que meu amigo trouxe: hum.. celular, um fiozinho que deve ser para carregar na tomada... ah, encaixa aqui! Peraí! Cadê o manual de instruções? Cabe aqui um parênteses sobre mais uma característica desta etezinha: sim, minha gente, eu leio manuais de instruções. Leio manuais, leio bula de remédio, leio qualquer coisa que tenha mais palavras que números. Mas, voltando à história, ele não trouxe o manual. Sem alternativa, procurei uma amiga brasileira para pedir algumas dicas. “Deve ser parecido com os que você usou antes”. “Mas eu nunca tive um celular”. “O quê? Como assim?”

Depois de uns 5 minutos com cara de “como é que alguém pode sobreviver sem celular neste mundo?”, minha amiga deu algumas instruções: para ligar aperta aqui e ali, blábláblá. Tá bom. No dia seguinte, aparece um envelope piscando na tela do celular. E agora? Como é que eu faço para chegar no envelope sem um mouse? Fiquei apertando aqui e ali e... ufa! Consegui abrir o envelope sem clicar. Era uma mensagem de texto. Como é chato demais digitar um texto, mesmo que curto, no celular, o pessoal abrevia tudo. É uma nova língua. A mensagem do meu amigo terminava com “cu”. Me digam, mesmo sabendo que isto significa um inocente “tchau” (“see you”), vocês não achariam estranho receber uma mensagem que termina com “cu”? Ah, eu acho!





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