20 março, 2006

 

Fife



Neste fim de semana fui passear pelo “Kingdom of Fife”. Depois eu dou os “detalhes técnicos”, mas vou pesquisar antes para não falar bobagem.

Até agora eu tinha feito meus passeios por conta própria. Geralmente com uma amiga, mas no esquema “miséria”, pegando o trem e levando sanduíche na bolsa.
Desta vez resolvi ir de excursão. Pesquisei vários folhetos, comparei os roteiros, a duração da viagem, os atrativos de cada excursão, os preços. No final, desconsiderei todos os outros itens e fiquei com a excursão mais barata mesmo.

Entrei no ônibus e o motorista disse algumas coisas com um sotaque carregadíssimo. Primeiro pensamento: “como é que colocam um irlandês para conversar com os turistas?”

Sentei e descobri que o motorista era também o guia! Ele usava um “headset” na cabeça e ia falando pelo microfone enquanto dirigia. “Ih, esse barato vai sair caro”, pensei. Olhei para os lados e comecei a ver vários casais em clima de lua de mel, esfregando os narizinhos, dando beijos e conversando com aquela voz melosa. Aí o desespero foi total! Ah, gente, “não estou podendo”!

Ainda ajustando a tecla SAP, entendi ele dizer que quem fosse para Saint Andrews (meu destino) deveria mudar de ônibus com ele. Entrei no outro ônibus: só um casal e... muitos velhinhos! Oba, velhinhos! Que emoção! Acho que se eles fossem para outro lugar eu seria capaz de trocar de roteiro para ir com eles!

O motorista se apresentou, disse que o avô era irlandês (ah, sabia!). Seguiram-se as apresentações: o casal era da Austrália, um dos velhinhos era da Espanha, e, o resto, todos os outros velhinhos, dos Estados Unidos! Que coisa, não sabia que os norte-americanos gostavam tanto daqui!

Quando me apresentei, ele falou do futebol (lógico) e perguntou de que lugar do Brasil eu era. Nestas ocasiões eu sempre respondo “São Paulo” para simplificar as coisas. Imgina explicar que nasci em Minas Gerais, mas que agora moro em São Paulo, mas não na cidade, no estado. E dizer o nome da cidade que é impronunciável para eles. Ah, muito trabalho. Eles só ouvem falar de São Paulo e Rio mesmo! Mas até que o motorista/guia me surpreendeu! Disse que infelizmente não sabia falar português (sim, disse “português” e não “espanhol”, o que é uma coisa rara) e disse que São Paulo (a cidade) tem a maior colônia japonesa fora do Japão. E que quando os japoneses se casam com brasileiras dá uma mistura muito bonita (aaah, garanto que veio alguma japa mestiça na sua excursão, né, safado?)

Contrariando minhas previsões pessimistas, toda a viagem foi incrivelmente boa. Vocês não sabem como é bom não ter que tirar fotos dos outros! O dia rende! E, quando eu queria fotos de mim mesma, programava a máquina do jeito que eu queria. Perfeito!

A excursão começou passando por antigas vilas de pescadores. Elas são um charme, apesar de as praias não serem lá tão bonitas. Dizem que têm os melhores “fish and chips” da Escócia, mas desta vez não comi. Comi um sanduíche bem rapidinho e aproveitei o tempo para conhecer o “Fisheries Museum”. Os museus do Reino Unido são muito bem feitos, são interativos. Têm som, têm músicas, têm coisas para tocar com as mãos, têm bonecos. Este apresentava desde uma jangada primitiva até reproduções de embarcações modernas e mostrava também algo sobre a vida dos pescadores e suas famílias (uma vida bem pobre).

E a excursão, por fim, chegou a Saint Andrews. A cidade tem campos de golfe famosos (e o Museu do Golfe), a praia onde foram filmadas algumas cenas de “Chariots of fire” (Carruagens de Fogo, aquele filme do povo correndo na praia) e as ruínas de um castelo, na beira do mar. Tem também um aquário com peixes, sapos, tubarões. Parecido com o outro de North Queens Ferry, onde fui em dezembro. E, não poderia deixar de citar, Saint Andrews é a cidade onde estudou o príncipe Willian (eles contam isso com um orgulho enorme).

Mas o que me motivou desde o início a conhecer Saint Andrews foi a história da Bandeira da Escócia. Esta eu conto no próximo texto...





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