08 março, 2006
“Só em linguagem amorosa agrada/ A mesma coisa cem mil vezes dita”
Tenho uma amiga inglesa, Jenny, que divide o apartamento com uma moça peruana, Mel. Na primeira vez em que fui à casa delas, Mel não me deu muita bola, mesmo quando eu tentei conversar em espanhol com ela. Ontem voltei à casa das duas para a festa de aniversário da Jenny e Mel me recebeu com um sorriso de orelha a orelha. Mal me sentei e ela começou a conversar comigo (em inglês):
_ Conheci um brasileiro...
_ Vocês estão namorando?
_ Não, quero dizer, ah...
_ Ah, sim, claro. Que legal! (Vou dizer o quê?)
_ Me diz como é que fala “hello” em português?
_ Oi.
_ Ói?
_ É, oi.
_ Aaaaahhhhh, que foooooofo! Oi!
_ Ahn?
_ Ah, é tão fofinho! Como é que fala “how are you”?
_ Você pode dizer “oi, tudo bom?” ou então “como vai?”
_ Nossa, fala devagar!
_ Come on, “como vai?” não é tão diferente de “cómo te va?”!
_ É...
_ Você está querendo aprender para conversar com ele?
_ É! É tão foooooofo!
_ Bom, você pode tentar ler um livro, porque é bom para memorizar as palavras, a estrutura dos verbos e...
_ Tem um livro em português aqui na estante da Jenny! Veja se serve!
_ Gil Vicente? Não, não, Gil Vicente é “avançado plus”! Escuta, por que você não conversa com ele em espanhol? Se você falar devagar ele vai entender...
_ Ah, ele entende sim. Mas é que eu acho tããããããããão foooofo!
Me digam, o “amor” é sempre assim... besta, ops, quero dizer, fofo?