29 maio, 2006

 

A estrada

“E quando bate a saudade eu vou pro mar
Eu fecho meus olhos e sinto você chegar”


Trechos de “A estrada”, a mesma música do “Cidade Negra” que abriu este blog. E fotos do mesmo lugar aonde fui no meu primeiro final de semana em Edimburgo. Com algumas diferenças, é claro, já que eu não sou a mesma e o mar não é o mesmo de 6 meses atrás. Desta vez fui de ônibus e não estava usando 3 meias. E tirei fotos com luz natural às 7 da noite!

Quando vim de Londres para Edimburgo, no início de dezembro, olhei pela janelinha do avião e era noite. Às 4 da tarde! Hoje, de acordo com a BBC, temos luz do sol de 4:40 às 21:41.

No meu último final de semana, despedidas com muita luz e muitas notícias boas. Minha amiga baiana começou seu emprego novo no sul da Inglaterra, já foi elogiada pelo novo chefe, pôde alugar um flat só pra ela (coisa difícil por aqui), e vai poder trazer os pais para conhecer a ilha, tudo com o dinheiro do salário dela. Está super feliz. Meu amigo paraibano já defendeu a tese e está voltando ao Brasil com as coisas bem encaminhadas. Meu amigo escocês, Bob, vai pedir demissão do emprego que ele odiava e vai começar a trabalhar com jovens e adolescentes. Vai ganhar um pouco menos, mas ele conta do novo trabalho com um brilho nos olhos que vale qualquer dinheiro.

E a vidinha segue em paz. Final de etapa para alguns, começo para outros. Há pouco tempo chegou um garoto venezuelano lá na pensão, está começando o mestrado aqui. No primeiro dia cumprimentei, me apresentei, mas ao modo britânico, sem muita intimidade. Mas em seguida o vi chegar com garrafas de água nas sacolinhas do supermercado e lembrei do meu primeiro dia aqui, procurando por um supermercado nos arredores da pensão, no escuro e no frio. Deu um aperto no coração. Em menos de 5 minutos estava batendo na porta dele: “Você já tem mapa da cidade? Fique com este aqui que é bom. Já tem mapa dos ônibus? Aqui. Sabe onde comprar roupa de frio? Sabe qual é o supermercado mais barato? Sabe onde lavar roupas lá na lavanderia da universidade? Sabe onde tem sanduíche barato e gostoso?”... Ele ficou meio tonto com tanta informação, mas ficou agradecido e virou um bom amigo. Tanto que até me incentiva a falar espanhol (tem que ser muito amigo para querer ouvir meu espanhol macarrônico, hohoho).

Muitos amigos, mais fluência no inglês, fotos lindas, histórias novas. Morar aqui foi muito bom. E voltar à minha casa é ótimo! É maravilho ter para onde voltar e para quem voltar. E continuar os planos de antes. Muito feliz!


“Quero acordar de manhã do teu lado
E aturar qualquer babado
Vou ficar apaixonado
No teu seio aconchegado
Ver você dormindo e sorrindo
É tudo o que eu quero pra mim”






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